PRÁTICAS ANTIGAS DE HIGIENE QUE SÃO EXATAMENTE O OPOSTO DE LIMPEZA

Raios-X eram usados para depilação

Hoje em dia, quando as pessoas querem que seus pelos sejam removidos, elas geralmente optam por vários métodos como o uso de lâmina, cera e tratamentos a laser. Mas esses métodos nem sempre estiveram disponíveis, então o que as pessoas faziam anos atrás? A resposta é: raios-X! No início de 1900, os raios-X eram usados como meio de depilação. Você se sentaria na frente do equipamento de raios-X e terminaria em poucos minutos. Mal sabiam eles o quão prejudicial era a radiação.

As pessoas não conheciam os efeitos nocivos que os raios-X causavam, como úlceras e câncer induzidos pela radiação. Isso faz você se perguntar o que as pessoas estão fazendo hoje em dia que será considerado horrível em algumas décadas.

Os anos 1700 foram há muito, muito tempo atrás e tinham algumas práticas de beleza bizarras e repulsivas. Enquanto hoje as pessoas usam principalmente produtos de maquiagem como lápis e pós para preencher as sobrancelhas, as mulheres do século XVII tinham algo muito diferente: muitas usavam adesivos feitos de peles de rato como sobrancelhas. Esses adesivos eram considerados incrivelmente elegantes e bonitos, mas no mundo de hoje, isso é considerado nojento e assustador.

Esses adesivos faciais eram feitos para dar a impressão de sobrancelhas perfeitas completas mas, em última análise, servem como um lembrete de como algumas das coisas que as pessoas do ado faziam eram desagradáveis.

Depois de comer alho ou talvez beber uma xícara de café, você pode querer refrescar o hálito. O que você busca? Muito provavelmente um enxaguante bucal que contém um pouco de álcool e aromatizante de hortelã. Mas na verdade havia um tipo muito diferente de enxaguante bucal popular no século XVIII que continha xixi, porque a amônia também atua como um desinfetante. O uso deste tipo de enxaguante bucal pode ser rastreado até os tempos romanos.

Diziam que este enxaguante bucal limpava a boca e clareava os dentes. Quem diria que a urina poderia ter tantos usos nojentos?

Quando alguém morre nos dias de hoje, seu corpo geralmente é cremado ou colocado em um caixão, mas houve um tempo em que as pessoas mergulhavam os cadáveres em mel. Esse processo, chamado de melificação, essencialmente transformava um ser humano em uma múmia coberta de mel. O corpo seria colocado em um caixão embebido em mel e durava por até cem anos. Mas a pior parte é que às vezes as pessoas o comeriam.

Aparentemente, a mistura de humanos de 100 anos embebidos em mel deveria ser incrivelmente curativa. As pessoas acreditavam que a combinação poderia curar doenças e consertar membros quebrados.

Houve um tempo em que as pessoas iam todas juntas ao banheiro, completamente expostas. O local tornou-se até mesmo um ponto de encontro para conversar e socializar. Também não havia papel higiênico naquela época, então eles usavam coisas como palitos embrulhados em pano e mergulhados em água ou até mesmo folhas. Isso soa doloroso, estranho e bastante insalubre no mundo de hoje. Embora hoje as pessoas ainda usem o banheiro juntas em lugares públicos, pelo menos existem divisórias para tornar a experiência mais privada.

No geral, a configuração do banheiro romano dificilmente poderia ser considerada higiênica pelos padrões de hoje. E se você fosse o responsável por sua limpeza, sua vida seria horrível.

Nos dias vitorianos, as mulheres consumiam giz de verdade. Não porque era algo saboroso, mas sim porque era conhecido por tornar os lábios brancos, o que aparentemente era uma tendência de beleza na época. As mulheres até espalhavam o pó de giz em seus rostos: quanto mais pálidas elas parecessem, melhor. No entanto, essas mulheres vitorianas não sabiam que seus produtos de beleza eram altamente viciantes e até venenosos. A beleza realmente era uma dor para elas.

Felizmente, essa tendência acabou morrendo quando os efeitos colaterais foram trazidos à atenção das pessoas. Mas não demoraria muito para que a próxima coisa grosseira ou venenosa surgisse.

Olhando para trás no tempo, não há dúvida de que a higiene pessoal, os tratamentos médicos e as escolhas de beleza das pessoas eram totalmente repugnantes. Outra prática grosseira dos anos 1700 tem a ver com a maneira como estilizavam os cabelos. Era altamente elegante para as pessoas usarem seus cabelos com muito volume. Mas como elas conseguiam esse penteado? O cabelo permanecia no lugar com a ajuda de uma pomada, geralmente feita de banha de porco ou de ovelha.

Elas espalhavam a banha de porco no cabelo, semelhante ao gel de cabelo moderno, e avam dias sem lavá-lo, atraindo insetos e liberando um odor fétido.

A era elisabetana foi uma época cheia de técnicas de beleza bizarras e, quando se trata de cabelo, a lista de práticas grosseiras é interminável. Quando as mulheres daquela época queriam clarear o cabelo, elas precisavam de algo com amônia. Por que? Bem, a amônia atua como um agente de branqueamento que ilumina as madeixas. Mas o que continha amônia naquela época? A urina. O bom e velho xixi.

As mulheres encharcavam o cabelo com xixi apenas para conseguirem uma cor mais clara, que simplesmente soa absurdo atualmente. As distâncias que as pessoas percorriam pela beleza eram surpreendentes.

No mundo moderno, muitas vezes somos encorajados a clarear os dentes, pois isso é um sinal de limpeza. No entanto, nem sempre foi assim. Na verdade, era popular nos países do Sudeste Asiático e no Japão tingir os dentes de preto. Embora possa parecer assustador para a maioria das pessoas, elas usavam uma substância semelhante a um esmalte que deveria preservar os dentes e impedi-los de apodrecer. Acreditava-se até ser extremamente bonito.

Embora essa prática quase não exista mais, em alguns lugares esse costume continua em uso. Os padrões de beleza ocidentais chamariam isso de tabu.

Normalmente a visão de um castelo é de tirar o fôlego, e o fosso que o rodeia parece ser um pequeno lago sereno e bonito. Mas há um segredo que a maioria das pessoas não sabe: os fossos que cercavam os castelos não estavam apenas cheios de água. Era prática comum despejar dejetos humanos na água, transformando-a efetivamente em um esgoto. Isso resultava em fossos com um cheiro horrível que você preferiria evitar a todo custo.

Não havia drenagem adequada ou sistema de esgoto durante os tempos medievais, então os fossos faziam esse trabalho. Os empregados também despejavam comida e lixo neles.

Nos anos 1500, a sífilis, uma doença sexualmente transmissível, surgiu em toda a Inglaterra, e seus efeitos colaterais eram cruéis. As pessoas experimentavam feridas, cegueira, demência e até mesmo perda de cabelo extrema. Muitas tinham vergonha de terem ficado carecas, então o uso das perucas popularizou. Luís XIV chegou a contratar 48 pessoas diferentes cuja especialidade era a confecção de perucas, e isso se tornou a mais nova moda. As perucas consistiam em cabelo humano e, às vezes, de cavalos e cabras.

As perucas poderiam servir a múltiplos propósitos: esconder os efeitos da sífilis e da calvície, e servir como um símbolo do pertencimento à classe alta.

Quando as pessoas ricas perdiam os dentes, elas tinham a opção de substituí-los por próteses dentárias. Mas não apenas uma prótese regular qualquer, mas sim feitas de dentes reais. Nos anos 1800, elas foram apelidadas de “dentes de Waterloo” porque a maioria dos dentes dos soldados mortos na Batalha de Waterloo foram usados. Era um processo bastante horrível: as pessoas andavam pela cena da batalha e colhiam dentes dos cadáveres dos soldados e depois os vendiam.

Dentaduras com dentes reais, pertencentes a soldados mortos, no entanto, são perturbadoras e assustadoras de se pensar hoje em dia. No entanto, os ricos da época não tinham nenhum problema em usá-las.

Muitas pessoas ostentam sua riqueza com mansões gigantescas, carros esportivos de luxo, joias caras e roupas de grife. Mas você acreditaria que houve um tempo em que um sinal de riqueza era ter dentes podres? Acredite ou não, dentes podres eram populares e serviam como símbolo de status, pois significava que a pessoa consumia açúcar. O açúcar era uma mercadoria cara e rara que tinha que ser importada, e as pessoas comuns não podiam pagar por ele.

A rainha Elizabeth I era conhecida por sofrer de dentes podres, e as pessoas de classe baixa começaram a manchar as suas gengivas e dentes para imitar a sua aparência.

Os engraxates estavam por toda parte durante toda a era vitoriana. Muitas vezes você os via com um pequeno bloco para você colocar seu sapato que eles poliam, limpando toda a sujeira da rua fazendo-os parecer novos. No entanto, a graxa de sapato mais popular e ível usada era um produto químico forte: o nitrobenzeno, que poderia causar sérios problemas de saúde, especialmente após exposição repetida.

O nitrobenzeno era tão venenoso, que podia fazer com que as pessoas desmaiassem e, para quem trabalhava diariamente com ele, podia levar à morte – um preço considerável a pagar por sapatos limpos.

A sífilis foi difundida em 1500, e os médicos descobriram o que pensavam que seria a cura. Dosar as pessoas com mercúrio parecia fazer o truque. Os pacientes seriam esfregados com pomada de mercúrio várias vezes ao dia, apesar dos intensos efeitos colaterais. O tratamento duraria anos. No entanto, era conhecido por causar úlceras, perda de dentes e insuficiência renal. O tratamento com mercúrio sozinho poderia matar os pacientes antes que a doença o fizesse.

É uma loucura pensar que antigamente era considerado como se fosse uma boa ideia o uso do mercúrio para se livrar de uma doença geral. Dá para ficar pior do que isso?

Hoje não é incomum que as pessoas acordem e se dirijam direto ao banheiro para escovar os dentes, geralmente usando pasta e escova de dente. No entanto, os antigos gregos e romanos usavam ossos esmagados, carvão e cérebros de ratos para limpar os dentes. Isso mesmo, cérebros de ratos. Embora repulsiva e assustadora para uma pessoa moderna, esta era uma prática comum usada por muitos quase diariamente como uma forma de higiene dental.

Essa descoberta só leva ao pensamento de que não há dúvida de que o hálito daquelas pessoas devia ser inável. Esta é uma prática de higiene que nunca mais deve voltar.

Era uma prática comum usar sanguessugas para tratar várias condições médicas. Havia uma obsessão com esses vermes sugadores de sangue, que seriam mantidos em frascos e vistos como a ferramenta médica mais confiável e valiosa. As sanguessugas eram colocadas na pele de um paciente e deixadas para sugar o seu sangue por longos períodos de tempo. Aparentemente, isso livraria a pessoa do sangue contaminado e, portanto, libertaria a pessoa da doença.

Os médicos muitas vezes prescreviam sanguessugas como tratamento. No entanto, hoje em dia isso é conhecido por causar mais mal do que bem. Aqueles tempos eram muito sombrios, e as suas práticas bizarras parecem nunca acabar.

O parto é uma experiência intensa e dolorosa, mas durante a Idade Média era um pesadelo. Era muito comum que as mulheres morressem durante o processo, embora as parteiras fizessem tudo o que pudessem para aliviar a dor. Uma prática desta época que se acreditava ajudar era esfregar uma mistura de fezes de águia e água de rosas nas coxas da mulher, pois acreditavam que isso aliviaria qualquer dor e ajudaria o parto a ocorrer sem problemas.

É difícil acreditar que qualquer um desses métodos realmente funcionava como pretendido. O pensamento de esterco de águia espalhado pelas pernas soa muito nojento.

Ao longo da história, os médicos tinham uma crença generalizada de que as dores de dente eram o resultado de um verme roendo os dentes. Obviamente, os médicos do ado não entendiam muito sobre cáries e, em vez disso, confiavam em suas superstições. Eles compilaram muitos tratamentos para combater esses minúsculos vermes dentários. Um tratamento consistia em encher a boca com a fumaça de um cigarro ou de uma vela que em seguida seria cuspida em uma tigela de água morna.

Dizia-se que esta era a única maneira de se livrar dos vermes dos dentes. Pelo bem de seus dentes, fique feliz por viver no século XXI com a medicina moderna.

Você já acordou no meio da noite com um súbito desejo de ir ao banheiro? Séculos atrás, eles tinham uma solução para isso. As pessoas mantinham potes perto de suas camas e os usavam durante toda a noite. E então, de manhã, você o despejaria. Ou se você tivesse sorte, seus servos o esvaziariam para você, e você nunca veria nada. Não muito sanitário, mas bastante conveniente.

Se os potes de urina e fezes ficassem debaixo da cama por horas a fio, o cheiro ficaria incrivelmente desagradável. No entanto, essas práticas de higiene só pioram.

Você deixaria um barbeiro ou cabeleireiro arrancar seus dentes? Essa parece ser uma pergunta estranha, certo? Bem, era comum há centenas de anos ter esses serviços feitos no mesmo lugar. Os barbeiros eram vistos como capazes de realizar diferentes ofícios e realizavam pequenas cirurgias. Eles cortavam o cabelo, arrancavam dentes em decomposição e até aplicavam sanguessugas para tratar doenças. É tão estranho que esses serviços fossem feitos no mesmo lugar.

Mas novamente, a maioria das práticas daqueles tempos não faz sentido para a pessoa moderna. Então, quanto mais estranho pode ficar?

Os antigos gregos e romanos tinham um amor pela planta Silphium. Eles a usavam para tratar muitas doenças como cáries dentárias, mordidas, inchaços, e até mesmo como uma forma de controle de natalidade. Muitas mulheres bebiam uma mistura desta erva, alegando que era um afrodisíaco. Os romanos aram a amar tanto esta planta, que ela acabou extinta. Provavelmente isso foi uma coisa boa, no entanto, uma vez que esse não era um método adequado para o controle de natalidade.

Teorizou-se que a forma da semente da amada planta parecia um coração, o que inspirou a forma usada na moeda romana.

Lavar suas roupas geralmente consiste em jogá-las em uma máquina de lavar com um pouco de sabão e deixá-la fazer todo o trabalho. Se você tiver sorte, também tem uma secadora e suas roupas são lavadas, secas e limpas em poucas horas. No entanto, houve um tempo em que as pessoas limpavam suas roupas à mão e as encharcavam com urina envelhecida. A amônia na urina tiraria quaisquer manchas presentes na roupa.

Embora isso pareça nojento, era a maneira mais eficaz de limpar roupas na época. Apenas fique feliz por isso ser uma coisa do ado.

Pentear o cabelo faz parte da rotina diária da maioria das pessoas, mas em 1800, a maioria dos pentes e escovas eram feitos de marfim. Isso os tornava iníveis inicialmente, porque o marfim era muito caro e, no início dos anos 1900, uma alternativa foi criada. Os pentes começaram a ser produzidos com um material chamado celuloide. Só que havia um grande problema com esses novos pentes: eles pegavam fogo e explodiam com frequência.

O celuloide nem precisava ser tocado por uma chama para pegar fogo. Se estivesse perto de uma fonte de calor, entraria em combustão. Infelizmente, algumas pessoas morreram enquanto penteavam suas barbas ou cabelos.

Todo mundo pode atestar que uma das coisas mais irritantes é quando uma mosca fica te circulando e zumbindo no seu ouvido. Os faraós egípcios não eram estranhos a isso, mas chegaram a uma solução, embora estranha e ligeiramente grosseira. A fim de manter as moscas e outros insetos longe do Faraó, seus servos teriam que ar mel em todo o corpo. Isso atrairia todos os insetos para eles, mantendo-os longe de seu governante.

Esta solução pegajosa funcionava, mas devia ser absolutamente inável. Os servos provavelmente ficavam pegajosos por dias e os banhos, como você os conhece hoje, ainda não existiam.

Os anos 1500 foram uma época estranha, cheia de práticas preocupantes. E quando se trata de controle de natalidade para mulheres, não é surpresa que as técnicas usadas eram inacreditáveis. As mulheres bebiam uma poção tão horrível, que apenas ouvir sobre ela fará seu estômago revirar. A bebida era uma mistura de luar com testículos moídos de castor. É uma triste e perturbadora realidade que estas eram as medidas que as mulheres tinham que usar para evitar a gravidez.

Embora você possa ficar em dúvida se esse método realmente funcionava, é bom saber que as alternativas modernas não incluem partes do corpo de um pobre castor.

Conversar com alguém da era vitoriana devia ser difícil por conta dos cheiros. Escovar os dentes não era muito comum e, considerando que mesmo quando as pessoas o faziam elas usavam urina, ervas queimadas e vinho, é difícil imaginar que cheiravam bem. Muitas vezes elas usavam uma combinação de ervas queimadas como alecrim ou até mesmo vinho gargarejado como enxaguante bucal. Não há como alguém se sentir revigorado depois disso, então a prática é bastante intrigante.

Parece que a maioria das práticas de higiene que as pessoas usavam no ado fazia mais mal do que bem. Felizmente, temos a pasta de dente hoje em dia.

A vida na Idade Média parecia desconfortável e bastante repugnante. Como absorventes e tampões ainda não tinham sido inventados, as mulheres tinham que improvisar sempre que menstruavam, usando algo que se assemelhava a roupas íntimas forradas com trapos. Se fossem particularmente pobres, os trapos eram encharcados de musgo para absorver o sangue. Não é uma experiência divertida, sanitária ou reconfortante. As mulheres que viveram durante esse tempo devem ter sido muito infelizes.

As mulheres medievais não tinham o luxo de ir à farmácia para comprar absorventes ou tampões. Seus métodos de sobrevivência eram necessários, porém, infelizmente terríveis.

As pessoas de 1800 não tinham preocupação ou medo de germes e bactérias. Quando se tratava de realizar qualquer tipo de cirurgia, os médicos nunca esterilizavam as ferramentas usadas. Isso não foi sequer um conceito trazido à atenção das pessoas até o final do século. Isso colocava as pessoas em alto risco de infecção, porque os mesmos instrumentos não limpos eram usados de pessoa para pessoa e podiam muito bem espalhar doenças potenciais.

Se isso não fosse assustador o suficiente, também não havia um anestésico decente, então quando você era cortado, você sentia a dor do corte. Realmente algo saído de um filme de terror.

As mulheres sempre compram produtos diferentes para melhorar as suas aparências. Os padrões de beleza estão mudando constantemente, mas inevitavelmente sempre visam as mulheres, e os séculos 16 e 17 não foram diferentes. Uma tendência da época era ter pupilas grandes e dilatadas e bochechas rosadas puramente para fins estéticos, mesmo que a única maneira de conseguir isso fosse comendo uma planta muito venenosa chamada beladona. Os efeitos colaterais eram horríveis, mas, novamente, a beleza dói.

As mulheres arriscariam sofrer dos efeitos colaterais graves da ingestão desta planta como insuficiência cardíaca, alucinações, úlceras e dor de estômago severa. Valia a pena?

A calvície de padrão masculino é experimentada no mundo inteiro. No entanto, pode fazer com que muitos sintam vergonha com a perda de cabelo. No século XVI, a busca por uma solução começou e as coisas que as pessoas inventavam eram perturbadoras. Para aqueles que não gostavam de usar uma peruca, uma solução que pudesse ser aplicada à cabeça careca era a próxima melhor aposta. Você consegue adivinhar qual era a mistura que eles inventaram?

Eles achavam que uma mistura de excrementos de frango e potássio misturados e aplicados como loção em sua cabeça estimularia o crescimento do cabelo, embora isso nunca tenha realmente dado certo.

Quando as mulheres não têm o ao controle de natalidade, as soluções podem se tornar perigosas. As mulheres eram frequentemente usadas como cobaias para testar se várias substâncias funcionavam ou causavam algum efeito colateral. Neste caso, Lysol, uma solução desinfetante de limpeza, foi anunciada como efetiva. O controle de natalidade nos Estados Unidos não era legal, mas os anúncios para este produto promoviam seu uso como um salvador para a gravidez e todos os outros problemas de higiene feminina.

Como você pode ter adivinhado, o desinfetante agressivo não era bem sucedido ou seguro para ser usado nas regiões íntimas. Apenas o pensamento pode causar arrepios na espinha.

A rainha Elizabeth I era conhecida por ostentar uma aparência não natural e muitas vezes usava maquiagem à base de chumbo para parecer extremamente branca. Durante essa época, a pele pálida era muito popular e muitos a copiaram, esforçando-se para replicar sua pele pálida. O ato de ar chumbo na cara para conseguir isso era muito comum e incrivelmente ruim para a saúde. Acredita-se até que a rainha Elizabeth acabou morrendo de envenenamento por chumbo.

Muitos pensavam que a rainha cobria seu rosto com este pó facial feito de chumbo para cobrir cicatrizes de varíola e manchas. Em última análise, aqui está outro exemplo de beleza que causava dor, ou neste caso, morte.

Como você se sentiria se toda vez que fosse tomar banho, usasse uma grande piscina com todos os seus amigos? Meio estranho, né? Bem, na Idade Média isso não era algo incomum. Os balneários eram uma maneira comum de se limpar e socializar. Claramente, as pessoas que viveram durante esse tempo tinham visões distorcidas de limpeza. Sentar em uma piscina quente cheia de sujeira não parece uma ótima ideia.

Talvez até seja divertido tomar banho com um grupo de amigos, mas ter um banho privado é muito melhor. Não há exagero quando se diz que a higiene naquela época era essencialmente inexistente.

Pisos de junco foram populares durante toda a Idade Média até o século XVI. Era uma combinação de ervas e gramíneas compactadas e espalhadas pelo chão como um tapete. Seu objetivo era fornecer isolamento e encher as casas com uma fragrância doce. Infelizmente, também eram um terreno fértil para bactérias e insetos. Na maioria das vezes, tinham resíduos animais e restos de alimentos e bebidas.

A camada superior seria trocada semi-regularmente, mas era comum apenas jogar grama fresca no topo, deixando a camada inferior imunda. Podia levar décadas até que fosse devidamente removido e substituído.

Como todos sabemos, perder muito sangue pode levar à morte. Então, nos velhos tempos, as pessoas tinham que descobrir maneiras de parar o sangramento de ferimentos graves antes que as vítimas sangrassem e morressem. A solução era cauterizar as feridas usando um pedaço de metal segurado sobre um fogo para que estivesse fervendo. No entanto, as queimaduras causadas por isso eram tão intensas, que se a pessoa não morresse pela perda de sangue, morreria da dor da cauterização.

Esta era soa como pura dor, nojo e horror. Se já houve um momento para sermos gratos por vivermos com as invenções modernas, é agora.

É surpresa que as pessoas cheirassem mal durante a era vitoriana? Certamente, seres humanos têm odores corporais independentemente do período em que vivem ou viveram, mas com a falta de práticas adequadas de higiene, as cidades cheiravam absolutamente mal. Uma maneira de combater isso era carregando buquês de flores perfumadas. Dessa forma, você poderia andar e cheirar as flores o dia todo sempre que sentisse algum cheiro ruim. O que acontecia com bastante frequência, como você pode imaginar.

Especialmente em um dia quente, a cidade estaria cheia de cheiros pútridos que poderiam ser absolutamente ináveis, por isso, se você tinha algo para cheirar como flores ou um lenço perfumado, você era uma pessoa de sorte.

É bastante sabido que antigamente as pessoas não comiam com utensílios, e em muitas partes do mundo, até hoje esta é uma prática comum. Mas isso é particularmente nojento porque as pessoas da Idade Média não estavam interessadas em lavar as mãos. Portanto, quando comiam sem utensílios, comiam com as mãos cheias de bactérias e germes. Parece apetitoso, não?

Apenas tente não pensar muito sobre as mãos cobertas de sujeira não lavadas alcançando pratos comuns de comida. Os tempos medievais eram realmente sombrios.

Hoje as sardas são vistas como charmosas e bonitas. Mas houve um tempo em que as pessoas pensavam que eram feias e as comparavam a verrugas e manchas. Portanto, era uma prática comum tentar livrar o rosto usando enxofre. Esta não é a primeira vez que as pessoas colocaram produtos estranhos em seus rostos na esperança de atender a algum padrão de beleza. Felizmente, sardas não são algo que as pessoas queiram remover hoje em dia.

Esfregar enxofre na pele é uma maneira fácil de se queimar, por isso, se aquelas pessoas já não estivessem sofrendo o suficiente, adicione essa prática estranha à lista.

O envenenamento por chumbo era um destino comum para os antigos romanos. Seu principal suprimento de água ava por canos feitos de chumbo, por isso não é surpresa que a exposição constante os deixasse muito doentes. As consequências dessa exposição repetida levavam a coisas como náuseas, infertilidade, dor de estômago e até morte. Apesar dos efeitos horríveis, eles continuaram a usar chumbo porque era incrivelmente barato e ível – apenas outra coisa para adicionar à lista das práticas antigas e mortais.

A conveniência da água corrente provavelmente superou qualquer outro fator durante esse tempo. Mais uma vez, outra razão para sermos gratos pelas práticas modernas.

CAICÓ DOS PRIMEIROS TEMPOS

MATERIAL DA REVISTA “RN/ECONÔMICO”, Nº 124, JUNHO/JULHO 1981, PÁGS. 12 a 16.

Segundo o pesquisador da história de Caicó, Benedito Alves dos Santos, o povoamento inicial da cidade está íntima e inseparavelmente ligado à de toda a região seridoense e à de alguns municípios do Estado da Paraíba. Entretanto, é de crer-se que os fundamentos iniciais da colonização tenham sido lançados por volta de 1700, pelos batedores paraibanos, que chegaram à região para darem caça aos índios caicós que habitavam nas proximidades da confluência do Rio Barra Nova com o Seridó.

Com a expulsão dos indígenas, vieram os plantadores de fazendas, ajudados pelo negro, continuar a obra de desbravamento, esquadrinhando o território e fazendo surgir os primeiros núcleos demográficos, fundamentalmente ligados à criação de gado bovino. A povoação era conhecida em 1748, conforme é citada através de uma carta dirigida a Dom José Tomáz de Melo, governador de Pernambuco, datada de 1787 e subscrita pelo desembargador Antônio Felipe Soares de Andrade Brederodes, defendendo a elevação da povoação ao predicamento de vila. A região pertencia à freguesia de Piancó, Paraíba.

Catedral de Santana, Caicó, em 1981.

A esse tempo já a povoação era sede de distrito istrativo, criado por alvará de 1748 e também freguesia que fora criada em 15 de abril de 1748. De par com a denominação de Seridó existia também o topónimo Caicó, que vem citado em um documento atinente à instalação da freguesia, de 1748, registrado no Livro de Tombo da Catedral de Caicó e também mencionado em uma concessão de sesmaria feita em 7 de setembro de 1736, ao capitão Inácio Gomes da Câmara.

LENDAS

São várias as lendas que se conta sobre o nascimento do município, todas de uma beleza infinita, mas a mais interessante e a mais bela de todas é a colhida por Manuel Dantas: “Quando o sertão era virgem, a tribo dos Caicós, célebre pela sua ferocidade, julgava-se invencível, porque Tupan vivia ali, incarnado num touro bravio que habitava um intrincado mufumbal, existente num local onde está hoje edificada a cidade de Caicó. Destroçada a tribo, permaneceu intacto o misterioso mufumba, morada de um Deus, mesmo selvagem.

Sertão do Seridó – Foto – Liberanilson Martins da Costa, de São José do Seridó-RN.

Certo dia, um vaqueiro inexperto, penetrando no mufumbal, viu-se de repente, atacado pelo touro sagrado, que iria, indubitavelmente, matá-lo. Rapidamente inspirado, o vaqueiro fez o voto a Nossa Senhora Santana de construir ali uma capela, se o livrasse de tamanho perigo. Como por encanto, o touro desapareceu. O vaqueiro destruiu a mata e iniciou, logo, a construção da capela. O ano era seco e a única aguada existente era a de um poço do rio Seridó. O vaqueiro fez novo voto a Santana para o poço não secar antes de concluída a construção da capela. O poço de Santana, como ficou desde então denominado, nunca mais secou.

Reza a lenda que o espírito do Deus índio, expulso do mufumbal, foi se abrigar no poço, encarnando-se no corpo de uma serpente enorme que destruirá a cidade, ou quando o poço secar, ou quando as águas do rio, numa cheia pavorosa, chegarem até o altar-mor da matriz (hoje catedral) de Caicó onde se venera a imagem da mãe de Nossa Senhora.

ORIGENS

Belezas naturais da região do seridó – Foto – Liberanilson Martins da Costa, de São José do Seridó-RN.

O conhecimento do território ou município só pôde ser feito após os índios Caicós se dispersarem pelo Seridó. Disso resultou o propósito de colonização por parte dos primeiros desbravadores. Existem algumas crônicas escritas que dão conta da existência de uma fazenda fundada em 1624 por José Francisco Rangel, porém é muito racional que se firme a data da primeira, entrada um pouco antes de 1700, já que os batedores paraibanos conquistaram definitivamente com a expulsão dos índios. Aos primeiros descobridores do Seridó não ou despercebida a riqueza da terra em pastagens e aguadas, surgindo daí a ideia das primeiras fazendas.

Requeridas as primeiras datas e espalhada a notícia da “limpeza” (o índio era empecilho ao domínio dos povoadores) de uma nova paragem propícia à criação, acorrem os caçadores de terras paraibanos, pernambucanos e até mesmo alguns portugueses de nascimento, a fim de situarem seus gados nas novas áreas dominadas. Daí surgem as primeiras fazendas e a multiplicação dos núcleos demográficos por toda a ribeira, registrando-se os nomes do capitão Inácio Gomes da Câmara, Manoel de Souza Forte, tenente José Gomes Pereira como os mais antigos povoadores conhecidos.

O Seridó – Foto – Liberanilson Martins da Costa, de São José do Seridó-RN.

O RECONHECIMENTO

predominância da antiga povoação do Seridó. que se manifestava principalmente pela opulência das fazendas de gado da região seridoense, começou a ser reconhecida pelos poderes políticos e eclesiásticos a partir de 1748, ano em que foi constituída em sede de distrito istrativo e da freguesia. A criação do município veio um pouco depois, por alvará

ou ordem governamental de 28 de abril de 1788. elevando-se a aludida povoação ao predicamento de vila, isso, ao tempo em que o Estado era governado pelo Senado da Câmara de Natal, presidido por João Barbosa de Gouveia. A instalação do município teve lugar a 31 de julho de 1788.

Centro de Caicó em 1981.

Nos primeiros tempos a região do Seridó, Caicó, inclusive, esteve sujeita ou ligada ao Estado da Paraíba, pelo menos no que se relaciona com a vida religiosa, de onde se desligou em 1748. Dentro do Estado do Rio Grande do Norte, deve ter pertencido ao município de Natal. Primitivamente, Caicó esteve ligado à Comarca da Paraíba, até 1818 quando ou a pertencer ao Rio Grande do Norte, da qual se desligou para fazer parte da Comarca de Assu (Princesa), até a criação da Comarca do Seridó, pela Lei Provincial número 365, de 19 de julho de 1858.

A designação da Comarca foi mudada para Caicó, por Decreto número 33, de 7 do julho de 1890. O João Valentino Dantas Pinagé. No tocante à divisão eclesiástica, Caicó pertenceu algum tempo à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso, de Piancó (PB) de onde foi desmembrada em 15 de abril de 1748, por ato do visitador Manuel Machado Freire, de ordem do reverendíssimo Frei Luiz de Santa Tereza, Bispo de Pernambuco, para constituir-se Paróquia com a invocação de Nossa Senhora de Santana, na qual estavam abrangidos, além da Ribeira do Seridó, Patos e Cuité, na Paraíba. A Freguesia foi instalada pelo padre Francisco Alves Maia. cura da Freguesia, em 26 de julho do mesmo ano de 1748, abrange atualmente, apenas o município de Caicó.

FATOS MARCANTES

Uma pesquisa feita por alunos do CERES, Antônia Figueiredo, Maria Bernadete, Marly Medeiros, Francisca Neuza, Francisca Porfírio e Maria Sueli, mostra os primeiros fatos e acontecimentos importantes para a história do município.

Pórtico defronte a Catedral de Santana – Foto – Rostand Medeiros.

Segundo a pesquisa o movimento do “Quebra Quilo” aco9nteceu em 5 de dezembro de 1874 e foi contra a aceitação da introdução do novo Sistema Métrico Decimal. Caicó foi iluminada pela primeira vez em 1909, com lampiões a querosene, pelo dr. Jose Augusto Monteiro e a 21 de abril de 1925 foi inaugurada a luz elétrica, sendo na época prefeito o senhor Joel Damasceno.

Já o primeiro jornal nascido em Caicó chamou-se “O Povo” e o primeiro número circulou no dia 4 de março de 1889, pertencente a José Renaut. Tinha a direção do dr. Diógenes Santiago da Nóbrega e de Olegário Vale.

O primeiro rádio que chegou a Caicó foi em setembro de 1932 e pertencia a uma sociedade. Já o primeiro telegrama foi recebido pelo senhor Gedeão Delfino, então da Mesa de Rendas. Na época as e encomendas dos Correios e Telégrafos era enviada de Natal a Caicó por meio de burros e cavalos. Mas em 1928, com a inauguração de uma linha rodoviária ligando Natal a Caicó, esse transporte ou a ser feito por ônibus de ageiros, conhecidos como “sopa”, e a agência dos Correios ou a receber a correspondência com maior rapidez e assiduidade.

O primeiro telegrafista foi José Antunes Torres, que exerceu o cargo, ininterruptamente, desde 19 de março de 1917 a 15 de agosto de 1932. O primeiro avião que sobrevoou Caicó era pilotado pelo francês André Depecker e trazia como ageiro o dr. Juvenal Lamartine, Governador do Estado e George Piron. O campo de aviação, situado no sítio “Baixa do Arroz” foi inaugurado em 19 de março de 1917. O primeiro automóvel que chegou à cidade foi durante o carnaval de 1919 e a primeira pessoa a avistar o auto foi Daniel Diniz. O proprietário era Coriolano de Medeiros, natural de Natal.

Interessante texto do historiador Luís da Câmara Cascudo escreve sobre Caicó no jornal natalense “A República” em 26 de março de 1929.

Manuel Batista Pereira foi o construtor do primeiro Mercado Público, mais ou menos em 1860, no local onde hoje está edificada a Praça da Liberdade. Na falta de uma estação de rádio, o primeiro alto-falante a transmitir informações em Caicó pertenceu ao Cel. Celso Dantas tendo sido ouvido pela primeira vez a 8 de julho de 1938. Em 1876 a cidade teve sua primeira banda de música, que foi organizada pelo maestro Tertuliano, mas a primeira retreta, realizada na avenida Seridó, realizou-se a primeiro de janeiro de 1908 e foi organizada pelo professor Manuel Fernandes.

A 24 de dezembro de 1938 chegava à cidade o primeiro “Snooker”(sinuca), trazido pelo cel. Celso Dantas. Em 1906 chegava mais uma diversão à Caicó: era o carrossel de Francisco Azevedo. Na Festa de Santana de 1910, no prédio da Prefeitura Municipal, funcionou a primeira sessão de cinema mudo. Só no dia 27 de dezembro do ano de 1936 o cel. Celso Dantas inaugurava o cinema falado moderno. No dia 22 de janeiro de 1922 acontecia o primeiro jogo oficial de futebol entre as equipes do Caicó Futebol Clube e Brasil Esporte Clube e só três anos mais tarde, a 21 de abril de 1925, jogava pela primeira vez na cidade, um time de fora.

Primeira turma de seminaristas do Seminário Diocesano de Caicó.

O dr. Washington Luiz foi o primeiro presidente a visitar a cidade. Isso aconteceu no dia 6 de agosto de 1926 e o dr. Pedro Velho foi o primeiro governador, exatamente a 5 de julho de 1901.

VILA DO PRÍNCIPE

A sede municipal teve inicialmente o nome de Seridó, ou, quando da criação do município, à denominação de Vila Nova do Príncipe, conservada pela Lei número 612, de 1868, que elevou à categoria de cidade. A velha denominação de Seridó, voltou a ser imposta pelo decreto número 12, de 1 de fevereiro de 1890 e, só em 7 de julho do mesmo ano é que recebeu o nome atual.

Castelo de Engady em foto de 2015 – Foto – Rostand Medeiros.

Caicó está edificada entre os rios Barra Nova e Seridó, que correm bem próximos, sendo caracterizados pelas seguintes coordenadas geográficas: Latitude Sul 6o 27′ 00″; Longitude W. Gr. 37° 02′ 00″. Rumo (em relação a capital) 030. Distância da Capital do Estado, em linha reta,

218 quilômetros e altitude de 157 metros e limita-se com algumas cidades desse Estado e com uma da Paraíba. São seus limites: ao Norte, Jucurutu; a Leste, Florânia, Cruzeta, Jardim do Seridó e Ouro Branco; ao Sul, Santa Luzia (PB), São João do Sabugi, e Serra Negra do Norte; a Oeste com Timbaúba dos Batistas, Jardim de Piranhas e São Fernando.

Antigo jornal de Caicó informando sobre o ataque de Lampião a Mossoró em junho de 1927.

Nenhum plano urbanístico orientou a construção da cidade e, nem tampouco existe qualquer trabalho de sistematização, a não ser o relativo cuidado com que a istração municipal orienta as novas construções. Entretanto o traçado das ruas é mais ou menos regular, apesar do acidentado terreno. As construções são na maioria do tipo colonial e de um meio termo entre colonial e moderno. Nota-se, entretanto, nas construções recentes, uma predominância

de linhas tipicamente modernas.

LIDERANÇAS

A população de Caicó, pelos seus líderes, nunca deixou de tomar parte nos acontecimentos que empolgaram a vida nacional. Em fins de 1831, formou-se em Caicó uma expedição guerreira para dar combate ao coronel de milícias Joaquim Pinto Madeira, que havia se assenhorado da Província da Paraíba.

1955 – Visita a Caicó do candidato a Presidente da República Juscelino Kubitschek.

O comando que foi composto de figuras da maior representação da zona, deu mostras de grande heroísmo, batendo-se valentemente em diversos encontros, sob a chefia do cel. José Teixeira, destacando-se pela bravura de que deram mostras o Alferes Canuto e os soldados Firmeza, Zuza da Cachoeira e Tomaz Cazumba. Quando da “Guerra do Paraguai”, formou-se também em Caicó um corpo de voluntários, a fim de combater em defesa da dignidade nacional, tendo por chefes José Bernardo e Manuel Basílio de Araújo. Esses voluntários, chegando ao Rio de Janeiro, foram dispensados de combater, regressando em seguida a terra natal. Também na Revolução Comunista, em 1935, Caicó armou um contingente de paisanos sob as ordens do senador Dinarte Mariz, Monsenhor Walfredo Gurgel e Eduardo Gurgel de Araújo, a fim de dar combate aos comunistas que haviam ingressado no interior. Esse contingente, no encontro da Serra do Doutor, conseguiu bater valentemente os revoltosos, numa emboscada estratégica, saindo plenamente vitorioso.

Governador Lavoisier Maia descerra uma placa na inauguração do 1º Batalhão de Engenharia e Construção (1º BEC) de Caicó..

Na política, floresceram vários partidos em Caicó, tanto monarquistas como republicanos, sobressaindo-se os chefes políticos locais pela preponderância que sempre exerceram no estado. Entre os grandes chefes políticos históricos, citam-se o padre Francisco Brito Guerra, José Bernardo de Medeiros, Joaquim Martiniano Pereira e Gorgônio Ambrósio da Nóbrega, José Augusto Bezerra de Medeiros e Dinarte de Medeiros Mariz.

Quando a luta pela libertação dos escravos ecoou pelo Brasil inteiro, organizou-se em Caicó uma comissão libertadora, dirigida por José Bernardo de Medeiros, Olegário Gonçalves de Medeiros Vale, Manuel Augusto Bezerra de Araújo, José Batista dos Santos Lula, padre Amaro Castor, Lindolfo Adolfo de Araújo, Salviano Batista de Araújo e outros. Esse comitê, empreendeu festas públicas em prol do movimento libertador e solenizava as cerimônias de alforria. Diz-se que ao ser decretada a Lei da Abolição da escravatura, já existiam poucos escravos em Caicó.

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SERIDÓ – A REGIÃO DA FÉ E DAS TRADIÇÕES

Desde às suas origens, a microrregião do Seridó caracteriza-se pela fé dos seus pioneiros, a coragem e a disposição de superar muitos obstáculos. A tradição tem sido mantida. Toda a história do Seridó tem essa marca de coragem, que nem as secas mais inclementes conseguiram arrefecer — ou as injustiças. No clima árido e seco, foi forjada a têmpera de grandes homens. A luta áspera com a terra tem resultado numa sobrevivência heroica. Por isso a paisagem humana do Seridó é mais rica do que a física.

Publicado originalmente na Revista RN/ECONÔMICO – Junho/Julho/1981...

Serra da Rajada, Seridó Potiguar.

São 22 municípios, abrangendo uma área de 9.372 quilômetros quadrados e uma população fixa — segundo o último censo — de 211 mil 936 habitantes. Geograficamente é qualificada como microrregião do Seridó. Seca, pobre de chuvas, é uma das áreas mais sofridas, heroicas e marcadas por contradições do Rio Grande do Norte. Na origem de sua história estão os brutais massacres da população indígena; na trajetória da sua colonização e desenvolvimento estão inúmeros homens que, temperados pelas árduas lutas, demonstraram grandeza suficiente para que seu trabalho também servisse ao Rio Grande do Norte e ao Brasil.

NOTA DO TOK DE HISTÓRIA – Em 1989, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dividiu o Seridó em Oriental e Ocidental, abrangendo uma superfície de 6.970,60 Km², o que representa 13,08 por cento do território estadual.

Vaqueiros do sertão, Acari / RN – Região do Seridó. Foto: Carla Belke – Paisagens do Seridó – OpenBrasil.org

Homens como Tomás de Araújo Pereira, o primeiro Presidente da Província; Padre Francisco de Brito Guerra, político e fundador da Imprensa do Rio Grande do Norte, José Bernardo de Medeiros, José Augusto Bezerra de Medeiros, Juvenal Lamartine de Faria — introdutor do voto feminino e da aviação no Rio Grande do Norte — padre João Maria, Dinarte de Medeiros Mariz. Monsenhor Walfredo Gurgel, José Cortez Pereira, entre outros.

O Seridó é rico em paisagem humana. Talvez como uma compensação da natureza para suprir a agressividade e a pobreza de sua paisagem física.

A FORMAÇÃO  

Localizada na parte meridional do Rio Grande do Norte, no reverso da Borborema, a microrregião do Seridó não teve uma formação uniforme, segundo os historiadores.

Fazenda Caiçara, Acari, do Coronel Antônio Galdino de Medeiros, zona rural de Acari.

Conta M. Rodrigues de Melo que as vilas e povoados tiveram origens diferentes.

— Umas — diz ele — tiveram origem nas fazendas de criação de gado, outras no espírito religioso da sua população, outras no ciclo do algodão, enquanto outras mais recentes nasceram à sombra do ciclo da mineração.

As referências oficiais — inclusive as pesquisas de José Augusto — indicam que o povoamento daquela região teve início no fim do século XVII. Para que o processo de colonização começasse foi preciso dobrar a resistência dos habitantes originais — os índios. E as crônicas falam de massacres e guerras violentas, que se estenderam pelas margens do rio Açu e seus afluentes, um dos quais o Seridó. Em seus estudos, José Augusto diz: — Um dos encontros mais sangrentos e cruéis ocorreu no lugar Acauã, localizado no atual município de Acari.

Centro de Caicó,década de 20 do século ado. Foto – José Ezelino

Ainda segundo esse autor, são de 1676 os primeiros registros de terras nessa região, assinalados nos livros da Capitania do Rio Grande do Norte. Contudo, o Seridó só conseguiu a sua emancipação istrativa em 31 de julho de 1788. Ele estava totalmente englobado num amplo “município” que recebeu a denominação de Vila Nova do Príncipe.

Àquela altura, a divisão geográfica e política era completamente diversa da atual. Uma ampla área entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba ficou dividida em três grandes Vilas: Cariris, Seridó e Açu. Que, com a emancipação —autorizada pelo Governador de Pernambuco — aram a se chamar Vila Nova da Rainha, Vila Nova do Príncipe e Vila Nova da Princesa.

Até março de 1818 o Seridó e o Rio Grande do Norte estavam jurisdicionados à Comarca da Paraíba. O alvará de 18 de março daquele ano criou a Comarca do Rio Grande do Norte. A Vila do Príncipe saiu da órbita da Paraíba, embora esse ato desse margem à muitas reclamações da parte dos paraibanos de Pombal e muitas disputas parlamentares.

Casa típica do sertão de Acari, localizada próximo ao canteiro de obras de gargalheiras na década de 1920.

A TRAJETÓRIA

Com o desenvolvimento da região e o crescimento da sua população foram se formando vários núcleos populacionais mais ou menos distintos. O primeiro município a se desmembrar do núcleo original foi Acari. Ainda no período da Monarquia brasileira ocorreu o desmembramento de mais dois: Jardim o Seridó e Serra Negra do Norte. Depois da proclamação da República, seguiram os desmembramentos de Currais Novos, Flores (atualmente Florânia), Parelhas e Jucurutu. No momento (1981), o Seridó é composto, além desses municípios, por Caicó, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Cruzeta, Equador, lpueira, Jardim de Piranhas, Lagoa Nova, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Seridó, São Fernando, São João do Sabugi, São José do Seridó, São Vicente e Timbaúba dos Batistas.

NOTA DO TOK DE HISTÓRIASegundo classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), oficialmente integram a região do Seridó Potiguar em 2024 os seguintes municípios: Acari, Carnaúba dos Dantas, Caicó, Cruzeta, Currais Novos, Equador, Ipueira, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Seridó, São Fernando, São João do Sabugi, São José do Seridó, Serra Negra do Norte e Timbaúba dos Batistas. No entanto, social e historicamente, são ainda integrados ao Seridó os municípios de Bodó, Cerro Corá, Florânia, Jucurutu, Lagoa Nova, Santana do Matos, São Vicente e Tenente Laurentino Cruz.

Pelos caminhos do sertão potiguar…

Em 1782, data do primeiro censo, a população do Seridó era de 3.630 habitantes. Por seis censos consecutivos — até o de 1920 — a população praticamente dobrou de um para o outro, pois, naquele ano, já estava em 85.840. A partir daí houve uma redução nesse processo. E, já no outro censo — 20 anos depois, em 1940 — a população do Seridó chegou a 127.027. É importante verificar a redução nesse índice de natalidade, quando os outros censos tinham um intervalo de 12 anos. José Augusto já havia notado que ” o seridoense é muito prolífero”. Diz. — O comum é o casal de 10 a 12 filhos e não são raros os que atingem a 15, 20 e até mais. O aumento da população do Seridó, nas suas primeiras etapas, pode ser melhor avaliado, em toda a sua intensidade, se se levar em conta o fato que em muitos períodos de seca ter ocorrido o êxodo dos homens mais produtivos para outras áreas do Estado ou do País. Se não houvesse o fenômeno da seca sistemática é até possível que, hoje, a população do Seridó fosse muito superior ao que é.

AS CONTRADIÇÕES

A região tem sido marcada por contradições curiosas em sua trajetória econômica. A principal atividade econômica do Seridó, nos primórdios de sua história, foi a pecuária, a criação do gado de corte. Muitas famílias foram atraídas para o Seridó — principalmente de Pernambuco — pelas perspectivas da criação de gado. Só num certo estágio é que os seridoenses se deram conta de serem possuidores de uma riqueza tão ou mais preciosa do que o gado e, de qualquer forma, mais resistente às secas constantes: o algodão.

A produção do algodão era muito importante no aspecto econômico no Rio Grande do Norte r movimentava as principais cidades das áreas de produção. Na foto vemos a escolha da “Rainha do Algodão”, na cidade de Currais Novos, em 1954, durante um congresso. Da esquerda para direita vemos Maria Lourdes Medeiros (Representando a cidade de Jardim do Seridó), Deise Trindade (De Caicó e vencedora do concurso) e Nazareth Cortez (Currais Novos).

E não simplesmente algodão. Mas o algodão “mocó”, de fibra longa, nobre da melhor qualidade.

Sempre observador das coisas do Seridó, José Augusto observa, a esse respeito: — Pode assim ser dito com segurança: O gado levou o homem civilizado para o Seridó e o algodão expulsou o gado e fixou o homem à região. Esse é todo o drama econômico do Seridó

Contam outros estudiosos que por muito tempo não foi notada a verdadeira importância do algodão “mocó”. Aliás, a própria procedência e a maneira como o algodão “mocó” chegou ao Seridó são incertas. Há muitas divergências. José Augusto, por exemplo, não atinou com uma fonte precisa, nem outros autores. De todo modo, há uma forte corrente que defende a opinião de ser o “mocó” nativo, tendo sido a sua fonte original os chamados serrotes pedregosos da serra da Formiga, em Caicó. Mas não há concordância. Outra corrente acha mais sensato afirmar que ele procedeu do Egito, através da Paraíba. E há, ainda, quem sustente a tese da espécie híbrida. No caso, o “mocó” teria surgido como uma variedade, a partir da mistura da semente selvagem original.

Usina de beneficiamento de algodão. Foto meramente ilustrativa.

O fato é que o algodão “mocó” do Seridó e irável. De fibra longa, é perene, arbóreo e, sobretudo, resiste bem às estiagens. E aí está outro detalhe: é o clima seco do Seridó que facilita as propriedades especiais do seu algodão. Por um estratagema da natureza, suas raízes vão fundo na terra à procura da areia mais úmida, com que se nutre. Também as reservas de salitre (nitrato de potássio) favorece o algodão com os minerais necessários ao seu robustecimento.

A outra grande fonte de riqueza do Seridó — os minérios — também teve um descobrimento tardio em sua história. Mais ainda do que o algodão. A exploração em escala industrial ainda não tem 40 anos. Todo o potencial das reservas de scheelita só foi levantado cm época relativamente recente. Mas além da scheelita, o Seridó tem ainda a tantalita, o berilo, e a cassiterita, entre outros.

OS PROBLEMAS

O principal problema do Seridó é a água. A sua densidade pluviométrica é uma das mais baixas do Estado e do Nordeste. Por ironia, esse clima seco favorece à saúde da sua população, pouco afetada pelas verminoses e doenças típicas dos climas úmidos.

Açude sangrando.

Muitas das figuras políticas do Seridó lutaram e lutam por uma política de armazenamento d’água. As preocupações com o problema são de tal forma que Oswaldo Lamartine de Faria escreveu um livro exclusivamente abordando o tema “Os açudes dos Sertões do Seridó”, no qual pesquisa antigos documentos para descrever como surgiu a ideia, como eram construídos os primeiros açudes da Região, os homens que trabalharam, etc.

A propósito da necessidade do açude no Seridó, diz José Augusto, num dos seus estudos: — E o homem governando a água e levando-a, na hora oportuna, e nas quantidades necessárias à germinação das sementes e à manutenção da lavoura. Todos os povos em que a agricultura é feita racionalmente, se socorrem da irrigação.

Mas o Seridó tem o problema da evaporação e o da salinização, segundo mostra Garibaldi Dantas. A solução para os açudes na região tem sido a drenagem, uma das saídas básicas para escapar ao problema.

SERIDÓ - A REGIÃO DA FÉ E DAS TRADIÇÕES - Desde às suas origens, a microrregião do Seridó caracteriza-se pela fé dos seus pioneiros, a coragem e a disposição de superar muitos obstáculos. A tradição tem sido mantida. Toda a história do Seridó tem essa marca de coragem, que nem as secas mais inclementes conseguiram arrefecer — ou as injustiças. No clima árido e seco, foi forjada a têmpera de grandes homens. A luta áspera com a terra tem resultado numa sobrevivência heroica. Por isso a paisagem humana do Seridó é mais rica do que a física.
Longos períodos de seca afetam a economia do Seridó- Fonte – http://vereadorgilsondejesus.blogspot.com.br

O Seridó tem se valido dos seus açudes. Garibaldi Dantas diz em “O Problema da Água no Nordeste Brasileiro” que já em 1915 havia na região 710 açudes. Posteriormente, foram construídos os grandes açudes como Itans, Mundo Novo, Cruzeta, Totoró, Gargalheiras, Boqueirão e outros.

“Nenhum conteúdo desse site, independente da página, pode ser usado, alterado ou compartilhado (além das permitidas por meio de botões sociais e pop-ups específicos) sem a  permissão do autor, estando sujeito à Lei de Direitos Autorais n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998”.