A EMA, SÍMBOLO HISTÓRICO DO RIO GRANDE DO NORTE COLONIAL

Olavo de Medeiros Filho – Historiador.

Revista O Potiguar, n° 07, agosto/setembro de 1998, página 11.

A ema povoa os campos e cerrados do Brasil. A referida ave apresenta o dorso de coloração bruno-cinzenta, mais clara na parte inferior, possuindo três dedos nos pés. Vivendo em bandos de cerca de 50 animais, a ema alimenta-se de frutas e grãos, além de devorar animais de pequeno porte. Cabe aos machos a tarefa de chocar os ovos. Chegando a atingir 1.30m de altura, a ema alcança alta velocidade, ao correr.

A ema que habita o nordeste brasileiro, pertence à espécie Rhea amencana (Linn)edelajá dava notícia o cientista alemão Jorge Marcgrave, em sua História Natural do Brasil, editada no ano de 1648. Os indígenas tupis davam à referida ave, a denomição de Nhanduguaçu.

Ainda, segundo Marcgrave, a ema “é encontrada em grande número nos campos da Capitania de Sergipe e Rio Grande, mas não em Pernambuco; sua carne é boa para se comer…”

No ano de 1638, encontrando-se o Nordeste sob o domínio holandês, o conde João Maurício de Nassau criou para cada província do Brasil holândes, o seu respectivo brasão. Segundo descrição feita por Gaspar Barléu (história dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil), a província do Rio Grande “tinha por armas um rio, em cujas margens pisava uma ema, por ser ali maior a abundância dessa ave”. Os referidos brasões foram gravados por escultores holandeses, em sinetes de prata.

Existe também uma outra descrição do brasão concedido ao Rio Grande: “Em campo azul com a ema ao natural, à margem de um rio de prata e a estrela mural. Mote: Velociter”.

Infelizmente, os bandos de ema, outrora tão encontrados na paisagem norte-rio-grandense, desapareceram deixando apenas a sua vivaz memória junto à tradição popular…

Quando será que tomaremos a encontrar a presença das Rhea Americanas, vagando pelos nossos sertões?….

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